Exposição de esculturas no Ecomuseu

Até fim de junho está em exibição, na sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, uma exposição de esculturas da autoria do galego Adolfo Dafonte. Um leque de trabalhos, de tremenda qualidade, que retrata as atividades etnográficas galaico-portuguesas. É a partir do «barro recolhido no monte» que Adolfo da Fonte constrói as apreciáveis esculturas que estão patentes ao público, até fim de junho, na sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre. Ao todo, mais de 30 peças que invocam a infância deste artista galego, cozidas de uma «forma singular» e saídas de um «forno ancestral da época do Neolítico cerâmico (perto de 9 mil anos)», narra. Há 15 anos que esta coleção começou a ganhar forma. Os trabalhos podem ser apreciados, como já foi referido, até meados do ano. Pelo meio, irão percorrer os polos do Ecomuseu, uma forma de pulverizar esta «coleção de arte figurativa que pretende homenagear os homens e mulheres do mundo rural», explica.

 
ADOLFO MONUMENTO
 
Visivelmente agradado com o que observou, Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, não poupou elogios ao protagonista da exposição: «o Adolfo é um grande artista que coloca muito sentimento nas suas obras. Isto resulta do grande afeto e carinho com que faz estas esculturas. Para além de termos aqui um grande artista que nos retrata, com uma vivacidade de pormenor notável, na relação do homem com o instinto de sobrevivência, há aqui um carater muito genuíno na forma como o faz, nas técnicas que usa e que são verdadeiramente notáveis». Surpreso, o autarca confessou: «é a primeira vez que vejo o barro trabalhado desta forma e com estas matizes».
Acompanhado pelo vice-presidente e pela vereadora da educação, Orlando Alves volta a destacar a figura do artista: «a pessoa do Adolfo é, em si, um monumento porque dá-nos a conhecer um aspeto completamente desmaterializado da produção artística. É um homem que produz para se enriquecer espiritualmente sem qualquer intuito materialista».